O Advogado e Empresário, Dr. Brito, na foto com o Secretário de Desenvolvimento Agrário do Governo do Estado, De Assis, participa do Movimento |
Uma nova força discreta e
poderosa tem se movido pelo território de Paraipaba-CE. A novidade pode ser
percebida emergindo em pelo menos duas frentes complementares de reflexão. Por
um lado, os produtores locais de riquezas (agricultores, artistas, artesãos,
comerciantes, pescadores, intelectuais, sindicalistas, professores,
organizações da sociedade civil e jovens) lançam um Movimento pelo
desenvolvimento sustentável do Município. Eles questionam o abandono das
cadeias produtivas tradicionais de Paraipaba (pesca, agricultura, artesanato,
produção cultural, etc) que pode ser percebida principalmente pelo descaso do
poder público em relação ao perímetro irrigado. E por outro lado, o Movimento
questiona a responsabilidade social dos grandes empreendimentos turísticos e
imobiliários que chegam a Paraipaba, se instalam e não dialogam adequadamente
com o conjunto da sociedade. São grandes iniciativas privadas como os negócios
de Luciano Cavalcante, o Hard Rock Hotel
e vários outros empreendimentos no campo do turismo e imobiliário.
A administradora Ana Cristina Souza, da Rede de Economia Criativa do Estado do Ceará colabora com o Movimento |
Na base da argumentação do
Movimento pelo Desenvolvimento Sustentável de Paraipaba está a necessidade de
aproximar a realidade de grandes investimentos turísticos com a escassez de
atenção e apoio que tem condenado as cadeias produtivas tradicionais ao
abandono e ao descaso dos poderes públicos.
Produtores do perímetro irrigado fortalecem o Movimento |
O Movimento argumenta que deve
ser discutido com os grandes empreendimentos turísticos, ações de Responsabilidade
Social Empresarial que protejam o meio ambiente e fortaleçam a cultura local,
além da integração de cadeias produtivas tradicionais como a agricultura
(produção de coco e frutas, por exemplo), o artesanato, pesca e a cultura, ao
sistema produtivo e de consumo desses grandes empreendimentos. Por exemplo:
Quanto de coco produzido no perímetro será consumido pelo Hard Rock Hotel? Os
artistas terão acesso aos hospedes desse hotel para apresentar e fazer circular
a sua produção? E os artesãos terão os seus produtos vendidos para estes turistas?
A pesca local será beneficiada como?
Dedé Pacheco mobiliza a Cultura na defesa da sustentabilidade |
O Movimento pelo Desenvolvimento Sustentável
de Paraipaba argumenta que essas questões devem constar de um planejamento
estratégico que envolva os agentes produtivos locais, o poder público e os
grandes empreendimentos. E que esta questão não pode ser conduzida de forma
individual pelo poder público ou pelos grandes empresários. Todos devem ser
chamados a participar e opinar.
O Historiador e doutorando em educação, professor Joatan Freitas, na foto ao lado do cantor Fagner, é um dos intelectuais que apoiam o Movimento pelo Desenvolvimento Sustentável de Paraipaba |
O Movimento realizará um
Seminário para discutir o Desenvolvimento Sustentável de Paraipaba. O evento
acontecerá no dia 17 de fevereiro de 2020, como mais uma iniciativa voltada
para ampliar a consciência social e mobilizar os produtores locais em torno da
sustentabilidade e do desenvolvimento territorial.
Quem trabalha pelo
desenvolvimento de Paraipaba e deseja um município cada vez melhor terá a
oportunidade de conhecer e se engajar com essa nova força social de
transformação que emerge da sociedade local e deve repercutir pelo Ceará nos
próximos meses e anos. Parabéns Paraipaba!
W. Del Campo.
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