No dia 01 de fevereiro aconteceu
a assembleia que aprovou o regimento eleitoral para a eleição do Conselho
Comunitário do Conjunto Ceará. Como já era de se esperar houve confronto entre
os grupos progressistas que defendem a eleição proporcional e a gestão
colegiada na entidade, e os grupos conservadores de viés mais à direita que
defendem a eleição majoritária e a gestão presidencialista.
Os grupos progressistas discordam
da realização da eleição em ano que também haverá eleição para prefeito e
vereadores, pois, acreditam que isto favorece a ingerência de políticos nas
eleições da entidade, e reclamam dos prazos apertados para a eleição de uma
entidade que a maioria dos moradores parece nem saber que existe, e os que
conhecem, não atribuem, em sua maioria, grande importância para o conselho.
Queriam mais tempo para inscrição de chapas para poder divulgar mais junto à
comunidade e chamar os moradores a participar da eleição, os conservadores
mantiveram os prazos apertados.
Os progressistas acusaram a atual
diretoria de inoperância durante toda a gestão; de ser ausente nas grandes
lutas da comunidade; de ter excluído de forma ilegítima membros eleitos da
diretoria e colocado em seu lugar pessoas que não haviam sido eleitas para os
cargos; de manter a sede da entidade alugada para estacionamento do
supermercado Super do Povo; de ter apoiado a irresponsabilidade da prefeitura
que transferiu a feira de carros usados da Parangaba para dentro de uma área
verde no Conjunto Ceará; de se omitir diante da situação de abandono do
Hospital Nossa Senhora da Conceição e Centro de Saúde Maciel de Brito; e de ter
manipulado as assembleias do Conselho para acabar com a eleição proporcional e
gestão colegiada, modificando o estatuto em assembleias a portas fechadas e
realizada em espaço privado (apesar do conselho ter uma sede própria) e no
reduto eleitoral da atual gestão.
Na assembleia ainda houve embates
em torno da questão da proporcionalidade, mas os grupos conservadores, em
maioria, mantiveram as mudanças, questionáveis, realizadas pela atual gestão, e a
eleição majoritária.
Diante do que se viu, pode se
esperar alguns possíveis cenários: Primeiro, o lançamento de pelo menos três
chapas para a disputa da entidade, duas dessas com viés mais a direita e práticas
conservadores (todos os que defendem a gestão majoritária e presidencialista) e
uma chapa alinhada com a tradição democrática e progressista da esquerda
comunitária do Conjunto Ceará que defende a eleição proporcional e a gestão
colegiada para a entidade.
Outro cenário é, diante das
inúmeras irregularidades apontadas pelos grupos de esquerda que estiveram na assembleia,
a eleição do CCCC, neste ano, terminar embargada e não acontecer em
2020.
De qualquer forma, de uma coisa
se pode ter certeza: Uma guerra anunciada está a caminho.
W. De la Rua.
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