domingo, 2 de fevereiro de 2020

Eleição 2020 – Conselho Comunitário do Conjunto Ceará – Uma guerra anunciada


No dia 01 de fevereiro aconteceu a assembleia que aprovou o regimento eleitoral para a eleição do Conselho Comunitário do Conjunto Ceará. Como já era de se esperar houve confronto entre os grupos progressistas que defendem a eleição proporcional e a gestão colegiada na entidade, e os grupos conservadores de viés mais à direita que defendem a eleição majoritária e a gestão presidencialista.


Os grupos progressistas discordam da realização da eleição em ano que também haverá eleição para prefeito e vereadores, pois, acreditam que isto favorece a ingerência de políticos nas eleições da entidade, e reclamam dos prazos apertados para a eleição de uma entidade que a maioria dos moradores parece nem saber que existe, e os que conhecem, não atribuem, em sua maioria, grande importância para o conselho. Queriam mais tempo para inscrição de chapas para poder divulgar mais junto à comunidade e chamar os moradores a participar da eleição, os conservadores mantiveram os prazos apertados. 


Os progressistas acusaram a atual diretoria de inoperância durante toda a gestão; de ser ausente nas grandes lutas da comunidade; de ter excluído de forma ilegítima membros eleitos da diretoria e colocado em seu lugar pessoas que não haviam sido eleitas para os cargos; de manter a sede da entidade alugada para estacionamento do supermercado Super do Povo; de ter apoiado a irresponsabilidade da prefeitura que transferiu a feira de carros usados da Parangaba para dentro de uma área verde no Conjunto Ceará; de se omitir diante da situação de abandono do Hospital Nossa Senhora da Conceição e Centro de Saúde Maciel de Brito; e de ter manipulado as assembleias do Conselho para acabar com a eleição proporcional e gestão colegiada, modificando o estatuto em assembleias a portas fechadas e realizada em espaço privado (apesar do conselho ter uma sede própria) e no reduto eleitoral da atual gestão.


Na assembleia ainda houve embates em torno da questão da proporcionalidade, mas os grupos conservadores, em maioria, mantiveram as mudanças, questionáveis, realizadas pela atual gestão, e a eleição majoritária.


Diante do que se viu, pode se esperar alguns possíveis cenários: Primeiro, o lançamento de pelo menos três chapas para a disputa da entidade, duas dessas com viés mais a direita e práticas conservadores (todos os que defendem a gestão majoritária e presidencialista) e uma chapa alinhada com a tradição democrática e progressista da esquerda comunitária do Conjunto Ceará que defende a eleição proporcional e a gestão colegiada para a entidade.


Outro cenário é, diante das inúmeras irregularidades apontadas pelos grupos de esquerda que estiveram na assembleia, a eleição do CCCC, neste ano, terminar embargada e não acontecer em 2020.


De qualquer forma, de uma coisa se pode ter certeza: Uma guerra anunciada está a caminho.


W. De la Rua.

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